O sequestro da idiotice


sequestro da idiotice

Sabe quando o artista da letra torna-se refém das figuras de linguagem? Se ironiza, não é compreendido. Se vai direto ao assunto, “arrogante e estúpido”, transforma-se num monstro. Vivemos numa fantasmagórica expectação de nulidade intelectual, onde as pessoas estão mais dispostas àquelas conversas sem profundidade, discutindo o óbvio, sobre temas já tão gastos; dentro de perspectivas básicas, fechadas e em sua maioria circunscritas aos seus próprios interesses.

Surgindo a possibilidade de irmandade, colaboração mútua, imediatamente em um propósito… Há um rechaço da ideia. Economizam as ideias, os esforços e as posições permanecem. Mudanças? “Por enquanto, não. Estamos confortáveis assim”. Novas amizades, novos contatos, novos amigos, novas sociedades? “Também não. O mundo está tão estranho! Permaneceremos assim, estamos indo bem. Nada de novidades. Não invente, nada de diferente”! Aceitar quem não conhecemos em nosso convívio? “Deus é mais, o diabo que o carregue para longe daqui”!

Podemos até defender o direito à liberdade de expressão. E dizermos, como Anatole France, “A independência de pensamento é a mais orgulhosa das aristocracias.” Entretanto, existem pobrezas e pobreza; a maior pobreza nos dias atuais é a mesquinhez de ideias, a mesquinhez de vida pequena, sem planos, sem sonhos, sem ideais de vida que sejam válidos, sem validade de viver e gastar-se no sonho de a cada dia, viver “um amanhã” diferente.

Caetano Barata – Poeta, ativista cultural em Simões Filho, Conselheiro do CEPA, Pedagogo formado pela UNIME/Lauro de Freitas e estudante de Direito na UNIFASS/APOIO.

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